Comércio Tradicional - Drogarias de Palmela

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Aparelho de Clisteres
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  • Nº de Inventário: 2011.04.1536
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Alt: 27,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Recipiente de vidro translúcido, de formato cilíndrico, com dois aros de metal nos topos, o inferior mais largo e com indicação do nome da marca, estes aros estão unidos por meio de uma régua que mede o líquido que o aparelho comporta (máximo 1L 1/4). Utilizado por meio de pequenos irrigadores de borracha preta.
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Produto limpeza
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  • Nº de Inventário: 2011.04.869
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Casulo
  • Dimensões: Comp: 10,5, Larg: 8,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Embalagem de cor prateada, em formato retangular, na posição vertical, com indicação da marca e das suas utilizações; diz que é «novo». Ilustração: mulher, com saltos altos, a limpar, com a ajuda de uma escova, um casaco de homem. Um pequeno autocolante apresenta o preço: 195.00 escudos. No verso, descrição pormenorizada do modo de aplicação do produto.
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Goma em pó
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  • Nº de Inventário: 2011.04.870
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Cotton Crisper da Dip
  • Dimensões: Alt: 16, Larg: 8,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Frasco de vidro translúcido, de formato oval e base plana, com rótulo maioritariamente azul-claro, com indicação, em inglês, do produto que contém. Tampa de plástico azul-escuro, que enrosca no bocal. Interior cheio de líquido transparente.
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Emplastro
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  • Nº de Inventário: 2011.04.872
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Comp: 7, Larg: 11,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: 6 Carteiras de plástico transparente, em formato quadrangular, com rótulo colorido de base dourada, impresso em cor preta e rosa. Possui várias inscrições sobre nome e utilidade do produto, e duas ilustrações com o formato do pé.
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Frasco de Bicromato de Potássio
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  • Nº de Inventário: 2011.04.877
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Alt: 20,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Frasco de vidro translúcido, em formato cilíndrico, de base plana e com tampa de vidro. Rótulo castanho, retangular, com indicação do nome do produto que contém, a letra preta; também escrito a caneta, possivelmente pela mão do proprietário, o preço: 100.00 escudos. No interior, há vestígios do pó, cor de laranja.
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Frasco de Sais de Banho
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  • Nº de Inventário: 2011.04.878
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Alt: 20,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Frasco de vidro translúcido, de bojo largo e base plana, bordo liso tapado com rolha de cortiça plana no topo. Pequeno rótulo retangular castanho, com duas linhas verdes no topo superior e inferior, com inscrição do produto que contém e uma pequena ilustração de uma planta florida. Completamente cheio de pedras de sais de banho, de cor branca.
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Frasco de Sulfato de Ferro
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  • Nº de Inventário: 2011.04.879
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Comp: 11, Alt: 27,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Frasco de vidro translúcido, de base plana, com tampa em vidro. No interior, vestígios do pó do composto de sulfato de ferro, de cor amarela (a cor vai adquirindo um tom mais escuro) de baixo para cima. Rótulo castanho em papel, retangular no sentido horizontal, com letras pretas designando o nome do produto. Pequeno autocolante com indicação do preço: 40.00 escudos.
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Máquina doseadora de petróleo
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  • Nº de Inventário: 2011.04.881
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: OAMIS Metalúrgica técnica de precisão
  • Dimensões: Alt: 71, Larg: 27,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Máquina manual, constituída por um corpo central cilíndrico (recipiente) onde é colocado o petróleo que será doseado. o recipiente está dotado de uma manivela de metal, com cabo castanho de madeira. No lado oposto, encontra-se uma torneira de metal por onde sai o líquido. Sobre o recipiente há um visor de formato retangular, com informação das medidas (em litro) por meio de uma régua, que indica a capacidade máxima de 1 litro. A base, de cerâmica cilíndrica branca, afunila no topo. Tem no seu interior um torno através do qual era fixada à bancada do estabelecimento.
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Máquina Registadora
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  • Nº de Inventário: 2011.04.882
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Comp: 37,5, Alt: 34,5, Larg: 38,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Máquina de registo de vendas em estabelecimento de comercial, com gaveta para bens monetários. Metálica, tem peças em baquelite (botões e ponta da manivela); a manivela está colocada à direita do utilizador. De corpo pintado em azul, tem sobrepostos muitos autocolantes publicitários a produtos de várias épocas.
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Frasco de Pickles
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  • Nº de Inventário: 2011.04.884
  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Comércio
  • Autor: Desconhecido
  • Dimensões: Alt: 17, Larg: 6,
  • Incorporação: Doação de Maria Sabina Miranda (viúva do anterior proprietário)
  • Descrição: Frasco de vidro translúcido, de base quadrangular e corpo octavado. Rótulo retangular em papel, de fundo vermelho, com diversa informação sobre o produto, nomeadamente sobre a sua origem portuguesa. Outro rótulo circunda a parte superior do frasco, com o nome do produtor «Cordeiro». Tampa de metal circular.
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Latoaria Confiança
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  • Museu: Museu Municipal de Palmela
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Desconhecido
  • Descrição: Armando «funileiro» e João Popas (crianças não identificadas) à porta da Latoaria Confiança, rua Hermenegildo Capelo, Palmela, meados do séc. XX. Coleção particular

Apresentação

No século XX, existiam três drogarias no centro da vila de Palmela: Drogaria Paula, Drogaria «da Veva» - de Carlos Joaquim de Sousa - e a Drogaria Central, também conhecida por «do Amílcar». Estes estabelecimentos eram fundamentais na vida das comunidades. O interior destes espaços era avassalador. Ao entrar, impunha-se uma adaptação momentânea do olhar à panóplia expositiva. Prateleiras, paredes, chão e teto estavam revestidos dos mais variados artigos, numa desorganização apenas aparente. Os remédios conviviam com candeeiros, televisões, produtos de limpeza, ferragens, conjuntos de louças para a casa, utensílios domésticos. Tinham um cheiro peculiar, as drogarias, e era possível encontrar quase tudo nestas lojas.

Os proprietários e funcionários destas casas possuíam um vasto conhecimento que lhes permitia, até, manipular e administrar medicamentos.

 

Uma das drogarias mais importantes da vila, até pela sua posição geográfica já que se situava nas imediações do mercado municipal, era a Drogaria Paula.

Gabriel da Costa Paulo (1927-2004) foi aluno da mestra telegrafista, tendo completando a 4ª classe do ensino primário. Passou depois a acompanhar o pai na venda, no mercado do Livramento, em Setúbal. Às 6 horas da manhã, descia a estrada da cobra, a pé. No regresso, por vezes, tinha a sorte de vir à boleia na bicicleta de outros vendedores como ele. Trabalhou depois numa oficina de carroças, em Quinta do Anjo. Um surto de febre tifóide fê-lo abandonar a profissão. Começou, então, a trabalhar na Taberna do Mitra tendo, anos mais tarde, adquirido o espaço. Era uma importante taberna de Palmela onde se realizava, aos sábados, a «praça dos homens».

 

Mais tarde, adquiriu um armazém na Rua Mouzinho de Albuquerque, n.º 80, onde instalou a drogaria. Durante cerca de meio século, acompanhou a evolução da vila; as portas fecharam-se, definitivamente, em 2005. Todos os produtos eram comprados a fornecedores que se deslocavam à drogaria, exceto as loiças que eram adquiridas no armazém «Braz & Braz», em Lisboa. A deslocação à capital era feita em cima de uma motocicleta. No regresso, Gabriel prendia, por meio de cordas, os serviços de louça às costas, na certeza de que chegariam inteiros a Palmela.

Estamos a referir-nos a uma época em que a drogaria estava ladeada por uma barbearia, uma carvoaria e armazém de carvão, tabernas, casa de roupas, charcutarias, mercearias e talhos.

 

Atualmente, a Drogaria Central é a única resistente que testemunha esse outro tempo. Situada na Rua Hermenegildo Capelo, nº 155, cabe a Fernando Ramos a exigente tarefa de garantir que assim se manterá, por mais anos.

Ficha Técnica

Investigação Inventário e Conceção: Teresa Sampaio, 2016

Esta exposição contou com o apoio da Drogaria Central, de Fernando Ramos, e esteve patente no Espaço Cidadão, de outubro de 2016 a setembro de 2017.