Descrição: Carroça precursora de veículo hipomóvel, utilizada no transporte de cascos de vinho e aguardente. Deve a designação «aranhol» devido à anatomia semelhante a uma aranha.
Com tração animal, era utilizada no campo para o transporte de mercadoria de produtos líquidos (vinho, aguardente e até azeite).
Com grande volumetria de estrutura e acessórios, o aranhol compõe-se por uma carroçaria em madeira pintada a verde, sustentada por um esqueleto de estrutura semicircular em ferro e aço, no qual encaixam as manivelas aparafusadas com dois sem-fim acoplados, que sustêm e regulam a elevação do tonel preso às correntes.
Possui um estribo lateral à esquerda, e um travão. Por baixo do banco do carreiro (ou carroceiro), encontra-se um painel reservado, onde se guardava a documentação inerente à venda ou compra da mercadoria transportada.
Destacam-se os varais, elementos de atrelagem do animal de tiro aos arreios, e as duas rodas em madeira, apertadas por sólidos aros em ferro, compostas por uma massa e chumasseira de secção cónica em latão, onde entra o eixo. De referir também os raios e as pinas, em madeira, que compõem a forma circular da roda.
Origem/Historial: A carroça fazia parte do recheio da adega de Palmela-Gare e ficou a pertencer a Carlos Frescata quando este comprou aquele equipamento em 1958; o veículo teve pouco uso, pois nos finais dos anos 50 do século XX o transporte rodoviário começou a substituir a tração animal.
Incorporação: Zenóbia Frescata, filha de Carlos Frescata, manifesta a "vontade de seu pai" e formaliza a doação da referida peça ao município de Palmela.
Bibliografia
CAMPOS, Maria Leonor «Nos bastidores do Museu Municipal», in boletim +museu, boletim do Museu Municipal de Palmela, n.º15, maio/outubro 2012, pp.8-11